O PRIMEIRO FIM DE SEMANA

Oi para todos. Estou aqui para dar notícias. Muita coisa aconteceu mesmo em apenas três dias. E aqui estou eu pra contar:

- A VIAGEM - A viagem foi a mais tranqüila, pela Air France. Tínhamos uma tela individual na frente do nosso banco, e podíamos escolher que programação assistir. Um bom jantar, café da manha, e comida a disposição. Desci em Paris, e depois de andar muito ao outro terminal e esperar por três horas, peguei o outro vôo pra Berlim.

Agora era a vez de entrar na Alemanha. Nenhum problema com o visto ou passaprte, visto que o cara nem ao menos carimbou meu passaporte. Tegel me pareceu um aeroporto pequeno, não muito bonito e organizado,. Não sei se é o principal da Alemanha, mas pelo menos sei que ele é o único que não é ligado por trens ou metro. Lá estava eu, com minha mala de quase 40 kilos, mais um mochilão nas costas, e meu violão numa das mãos. Com dificuldade com as malas , peguei o ônibus que me levou pra estação onde deveria pegar o trem pra Dessau, que demora quase duas horas. Já era noite, e cheguei na estação faltando 10 minutos pro próximo trem. Isso foi bom, cheguei as nove. Quase ninguém. Dessau é pequena. Por Deus, um casal me viu com as malas e me ofereceu uma carona, foram muito prestativos. Eles falavam bem o inglês. E então eu peguei a chave e minha pasta no lugar combinado, e fomos pro prédio onde eu estou morando.

- O PRÉDIO – o tão chamado Carrot, é um prédio de 11 andares, onde ficam os alunos da Bauhaus, e tb é um hotel hostel. Os apartamentos são bons.! Tem um hall, cozinha, sala com dois ambientes, e um banheiro. Todos bem dimensionados. Tem três quartos, de tamanho bom tb. Tudo mobiliado. Meu quarto tem a cama, guardaroupa, um pequeno armário, uma escrivaninha prancheta, e ainda uma sacada. Roupas de cama e banho são trocados uma vez por semana. Estou no primeiro andar. Assim que chegamos, demos de cara com Ali, um típico árabe magro e alto, por volta dos 40 anos, desses t´picos que vemos nos filmes. Ele é um cara legal. Logo depois conheci Desha, o outro colega de apartamento. Ele é do Blangadesh, tem minha idade, mas parece que tem uns 22 anos. Os dois falam pouco. Desha é mais engraçado. Os dois são muçulmanos, mas só Ali segue mais seriamente. Eles me recepcionaram bem, e jantei duas vezes, a comida de um e a de outro, sempre spicy food.! Logo conheci o brasileiro e outras pessoas. O prédio fica perto do trem de rua que vai até a universidade. É gratuito para nós. Estava tão cansado que dormi até as 3 da tarde do dia seguinte. :D .

- DESSAU – Dessau é uma cidade diferente. Ela fazia parte da Alemanha oriental, então a parte mais pobre e que não dá certo da Alemanha. A cidade está encolhendo. Só tem idosos. Os jovens vão embora, pq vão estudar em outras cidades. Muito pouca gente fala inglês, o que é muiiito sinistro. Não dá pra imaginar, até que me disseram – Realmente, 18 anos atrás Dessau fazia parte de um país socialista. Então, até hj é mais fácil encontrar pessoas que falam russo do que pessoas que falam inglês. Está sendo bom, pq tenho que me virar.

Contudo, a cidade é muito bem organizada. Tem faixas na calçada para bicicletas. Já levei várias buzinadas por andar nessa faixa vermelha. Alias, muita gente anda por aqui de bicicleta. Eles tem inclusive uma cadeira adaptada para bebes, e não é raro ver pessoas andando com bebes na bike, naquele frio e tudo mais. A rua principal tem o Strassebahn, que é o trem de rua. Ele está no meio da avenida sendo que temos então um pista para carros, e outra só pro trem, e a mesma coisa no sentido contrário. O mais interessante é que todos respeitam o sinal de trânsito, até de madrugada. A coisa aqui chega a ser a tal ponto que dois colegas já foram multados por atravessar a rua (pedestres) no sinal vermelho pra eles. Um deles foi multado à uma da manhã, o austríaco. Rsrs.

Dessau está junto a dois rios.. um menor no leste, e o Elba ao norte. Eu fui ver o menor hj, e ele é muito bonito. É uma cidade pequena de 72.000 habitantes. Tem um novo cinema UCI, mas nem adianta, pq por aqui só existem filmes dublados em alemão. Eles não têm o costume de legendar os filmes. O principal atração é o Rathaus Center, o shopping da cidade, que é bem grandinho até. O “centro antigo” da cidade é muito bonito. Mas descobri hj que ele foi todo refeito, ou seja, a grande maioria das “antigas” construções tem apenas 15 anos de idade. Isso pq fiquei sabendo hj que Dessau foi duramente bombardeada durante a segunda guerra, sendo que mais de 80 por cento da cidade foi destruída. Existia uma fábrica de aviões aqui, e por isso acabaram com a cidade. Eu vi algumas ruínas.

- OS ESTUDANTES – Meus colegas de sala são fantásticos. Todos estavam me esperando e me recepcionaram muito bem. É algo como uma comunidade internacional, todos da mesma idade, e falando inglês com sotaque. A maioria do pessoal eu conheci Sábado a noite, quando Sue, a menina da Índia, fez um jantar típico para nós. Depois teve até sessão de cinema Bollywood (a industria de cinema da Índia, muito boa, por sinal) no notebook. Pra vc ter uma idéia, sábado a noite, no mesmo apartamento tinha: os dois brasileiros além de mim, a mulher da Índia, o cara do Blangadesh, o do Yemen, o cara da Irlanda, com aquele sotaque carregado e ruivo um típico irlandês, o da Áustria, com um sotaque bem carregado mesmo, ele fala inglês devagar, o da Itália, que é engraçado, o da Colômbia, o do Líbano, duas supervisoras tb, uma da Turquia e outra da Alemanha, enfim... legal! Hj em Berlin eu conheci a Francesa.

O grupo é como uma bolha. Ninguem fala alemão, estudam juntos, comem juntos, moram no mesmo prédio.. Não estão conectados com a cidade.

- A IGREJA – Ainda não fui na igreja em Dessau. Contudo, no sábado, quando procurava uma farmácia, acabei conhecendo um cara do Panamá, negro, que viveu onze anos no Canadá, e é casado com uma mulher da Malásia. Talvez ele seja o único cara cristão mesmo na cidade. Ele tinha sede de falar da bíblia, e enfim.. Nesses sete anos em Dessau, ele deixou de ir na igreja, pq nao conseguiu achar nenhum sequer que gostasse de falar da bíblia. Conforme ele disse, aqui as pessoas só vão à igreja, mas não têm relacionamento com Deus. Ninguem leva bíblia pra igreja, e como ele disse, o pastor fala com um sorriso sem graça: “Sabe irmão, é difícil né convencer eles..”. Ele disse que se houver uma pregação sobre o livro de Romanos, ou Apocalipse, as pessoas saem no meio da mensagem. Eles vão à igreja mas continuam sua vida de pecado. Não gostam de estrangeiros, não mudam a vida de ninguém. Ele falou de casos aqui de africanos totalmente perdidos, que tiram a roupa no meio da cidade, e ficam olhando pro nada.. e ninguém faz nada, ninguém quer mudar a situação deles..Muita gente idosa aqui é alcoólatra, bebe bebe, e nao faz mais nada, pq é sustentado pelo governo. Jovens neonazis, enfim,.. ele me descreveu uma sociedade decadente que não quer saber de Deus. Conversamos por muito tempo, e até fui na casa dele, que é perto de onde moro. Combinamos de nos encontrar mais vezes, pra falar sobre a bíblia e ter o “alimento espiritual”.. Algo totalmente estranho e fora da realidade eu encontrar esse cara por aqui. Ele foi a primeira pessoa com quem conversei, praticamente,. Ahsim, ele tb tem sede de pregar para chineses, e quer encontrar bíblias em mandarim pra falar do evangelho pra eles. Entao, quem souber como, por favor.

- AS CIDADES FOCO DE ESTUDO – Ainda não sei como vai ser direito, mas os colegas me explicaram que a turma está dividida em três grupos, um pra cada cidade a ser estudada: Copenhagen-Malmö, que está quase totalmente integrada, Tallin, na Estônia e Helsinki, Finlândia, um caso em que as duas cidades estão tentando se aproximar.. e a terceira é Kaliningrado, um enclave russo no meio da Europa, totalmente desconectado de tudo. Antes de mais nada, o tema é sobre integração de cidades do Mar Báltico. Eles estão terminando de chegar as conclusões sobre os estudos, por isso eles falam que eu cheguei numa hora boa, em que vou poder ter as conclusões na Mao, e estudá-las. Todos me perguntam onde vou ficar. E, desde o Brasil, tinha gostado de Tallin, pq eles já estão tentando se conectar com Helsinki, aparentemente. Coincidentemente, hj estive em Berlim com boa parte do grupo de Tallin. Nos demos muito bem.

-BERLIN – Fomos hj, eu, Reiham (alguma coisa assim) o austríaco, o italiano que me fugiu o nome agora, e Sue da Índia. Eles são gente muito legal. Fomos bem cedo pra lá, visitar duas exposições de arquitetura ou sobre as pessoas dos países do Mar Báltico. Muiiito interessante. Também está rolando o Berlinare, o festival internacional de cinema de Berlin. Vimos um filme-documentário muito legal, que conta sobre a primeira partida de futebol feminino no Iran, organizado por um time de Berlin. Conta as dificuldades e tal.. Elas tiveram que jogar num estádio só com torcedoras mulheres, e jogaram cobertas com o véu.. enfim.. O filme se chama Football Under Cover. Muito bom. O diretor e as jogadoras estavam todos estavam lá, foram a frente depois, foram bem aplaudidos.. Entre uma programação e outra em Berlin, passei por váris pontos turísticos, como o Reichtag, de loinge.. o Brandeburg Tor, a Potsdam Platz, a TV Turm, de longe, o Tiergarten.. vi pelo trem.. etc.. Tudo tem sido muito show.. Amanhã começam minhas aulas.. Vamos ver o que temos pela frente. !! Logo escreverei mais.. Até.!!